sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A GRANDE LIÇÃO

A GRANDE LIÇÃO
Metáfora
Por Anderson Araújo
Hoje estou sem sono, não muito diferente que nos outros dias. Estou na casa de minha mãe, aonde adoro ficar, principalmente à noite, onde sua varanda revela coisas maravilhosas. Daqui, talvez por ser bem afastado do Centro, tudo fica mais bonito e o céu bem mais belo e infinito. Desde criança, sempre gostei de ficar olhando para o céu apreciando as estrelas, e, graças a isso, já vi várias estrelas cadentes. Instintivamente, acredito que há uma grande empatia entre eu e a imensidão onde moram as estrelas. Fico olhando por horas, não me canso, e às vezes acredito, que reciprocamente elas também estão olhando para mim, parecendo até dar umas piscadelas, através de seus fortes brilhos intercessores do paradisíaco mundo em que vivem. Nesta noite, sua amiga de luz, a Lua, está iluminando mais que nas outras noites, o que inconscientemente faz com que eu note o incansável trabalho das formigas. Como são persistentes, e assim como eu escolheram a noite como companhia. Só que no caso delas, para ninguém as incomodar, e, sem serem notadas, constroem labirintos infinitos aos nossos pés. Elas chegam a percorrer quilômetros, carregando pequeninos arbustos e folhas, que para elas equivalem a uma tonelada. Mas elas podem. Chegam a carregar até cinqüenta vezes seu peso. Tão fortes e persistentes em seus anseios. Chego a invejá-las em alguns momentos...
Acontece algo engraçado, mas, ao mesmo tempo, inacreditável, quando de repente uma delas, sem perceber, desvia-se de seu caminho e quase chegando ao desespero por se desvencilhar das companheiras, aparece uma outra, que num ato aparentemente heróico, mexendo suas pequeninas anteninhas, aproxima-se de sua irmã até então solitária, acalmando-a e conduzindo-a novamente ao caminho de seus ideais. Exatamente nesta hora, vejo como o homem é insignificante e mesquinho. Quantas vezes nos perdemos ao tentar um novo caminho e ao errarmos, tentamos voltar ao ponto de partida. Mas nossos companheiros, infelizmente não agem como as formigas, preferem nos dizer: Viu só? Eu bem que te avisei, agora vê se sossega aqui e para de correr atrás deste sonho, isto não é pra você.Como é triste saber que existem pessoas que nunca correram atrás de seus sonhos, e, por isso, insistem em viver a cotidiana mesmice, acreditando que as insignificantes formigas não passam de pequenas ladras que para saírem do usual das folhas e arbustos, atribuem a seu farto cardápio minúsculos torrões de açúcar ou algo adocicado que roubam durante a noite. É muito triste também saber que estas mesmas pessoas, jamais poderão passar pela experiência a qual passei, onde o Ser “Homem”, aclamado como o mais racional de todos os seres vivos, acabara de ter uma das maiores lições da vida com um dos menores seres da Terra.
Anderson Araújo
Consultor de Empresas, Escritor e Palestrante

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